Estudo

Doença de Parkinson pode começar no intestino e não no cérebro

Um grupo de cientistas dos Estados Unidos sugere que a Doença de Parkinson, uma perturbação cerebral progressiva, pode afinal ser provocada por danos no intestino.

A Doença de Parkinson é uma perturbação cerebral progressiva para a qual têm surgido tratamentos promissores nos últimos anos. No entanto, a sua origem continua envolta em algum mistério.

Os elementos-chave que definem a Doença de Parkinson são a presença de tremores, rigidez do tronco e dos membros e lentidão dos movimentos.

Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram desta perturbação. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que com o aumento da longevidade a incidência da doença aumente 30% nos próximos vinte anos.

Agora, os investigadores acreditam que a doença pode começar nos intestinos antes de atingir o cérebro.

Uma das características desta condição é a formação de um depósito de fibras insolúveis constituídas por uma substância chamada sinucleína. Enquanto em pessoas saudáveis estas são encontradas em células nervosas saudáveis, em pessoas com Parkinson, as sinucleínas deformam-se e formam aglomerados fibrosos.

As indicações de que esta transição pode começar fora do cérebro surgiram há uma década, quando os patologistas clínicos relataram ter encontrado fibras sinucleínas nos nervos do intestino.

Collin Challis, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e os colegas fizeram várias experiência científicas para provarem que possivelmente essas fibras soltam-se do intestino para se alojarem no cérebro. Para isso, estes cientistas injetaram fibras de sinucleína no estômago e intestino de roedores de laboratório.

Apenas três semanas depois, as fibras foram encontradas na base do cérebro, e dois meses depois estavam alojadas em partes do cérebro que controlam a coordenação motora.

O Parkinson resulta da redução dos níveis de uma substância chamada dopamina que funciona como um mensageiro químico cerebral nos centros que comandam os movimentos.

Os níveis de dopamina reduzem-se como consequência da morte das células cerebrais que a produzem. No entanto, existem vários fatores que contribuem para o risco desta doença, como a história familiar, a exposição a pesticidas ou toxinas industriais e o envelhecimento em si mesmo.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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