Estudo

Descobertos os genes na origem da doença de Crohn e da colite ulcerosa

Um grupo de investigadores conseguiu identificar os que estão na base das duas patologias. Em Portugal, também se registam avanços.

Um grupo de cientistas do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, conseguiu identificar os genes na origem da doença de Crohn e da colite ulcerosa. “Reunimos o maior número de informação de sempre no que se refere às doenças inflamatórias do intestino e aplicámos cuidadosamente uma série de estatísticas para reduzir o número de variantes genéticas envolvidas [na sua origem e desenvolvimento]”, afirmou já publicamente Jeffrey Barrett, um dos coautores da investigação.

“Neste momento, temos uma perspetiva mais clara dos genes que desempenham um papel na evolução da doença e dos que não têm qualquer influência [no processo]. Agora vamos analisar ao pormenor os principais culpados das doenças”, avança o especialista. Para identificar os genes em questão, a equipa de especialistas analisou o genoma de perto de 68.000 voluntários, escreve o Sapo.

A revelação foi feita numa altura em que, em Portugal, também são feitos avanços significativos, como é o caso de uma nova ferramenta online que prevê a evolução da doença de crohn. O dispositivo permite saber como irão evoluir esta e outras doenças inflamatórias intestinais com base em dados demográficos e informações clínicas obtidas em consulta, como é o caso da idade no diagnóstico, do uso de corticoides, da existência de doença perianal e/ou da possível existência de hábitos tabágicos.

Desenvolvida por uma equipa do Centro de Investigação de Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), a ferramenta estará acessível aos profissionais de saúde, integrada no sistema de interface com a base de dados do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal. Segundo Cláudia Camila Dias, investigadora principal, ao "prever a evolução da doença em cada paciente», o sistema permite «adaptar a terapêutica de forma rápida, eficiente e nada invasiva".

De acordo com a investigadora, essa situação passa a poder ser feita “sem necessidade de recorrer a testes genéticos nem laboratoriais”, ajudando os médicos a assegurar um melhor controlo da doença. A doença inflamatória intestinal, que também inclui a colite colagenosa, a colite linfocítica, a colite isquémica, a colite indeterminada e o síndrome de Behçet, afeta, segundo estimativas, entre 7.000 a 15.000 portugueses. A taxa de incidência em Portugal ronda os 2,9 casos por cada 100.000.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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Foto: 
Pixabay