Estudo

Crianças que tomam antibióticos têm mais probabilidades de ganhar peso e ter asma

As crianças que tomam antibióticos muito jovens (entre os 2 e os 7 anos) têm maior probabilidade de ganhar peso e de desenvolver asma, conclui um estudo da universidade de Helsínquia.

Os antibióticos, quando tomados por crianças com idades compreendidas entre os dois e os sete anos, “podem ter efeitos a longo prazo na saúde imunológica e metabólica das crianças“, concluiu um estudo da universidade de Helsínquia, publicado na revista Nature Communications e citado pelo jornal The Guardian.

Segundo o estudo, que o jornal britânico cita, o uso de antibióticos em crianças jovens pode alterar o número de micróbios existentes no tubo digestivo, o que aumenta a probabilidade de que venham a ganhar peso e asma num período posterior da sua infância. Isto porque, segundo os investigadores finlandeses, o uso de antibióticos está diretamente associado à alteração duradoura da microbiota – aglomerados de bactérias em diferentes regiões do corpo humano – e do metabolismo, escreve o Observador.

As conclusões foram tiradas a partir de um estudo da universidade finlandesa que investigou mos efeitos dos antibióticos em 236 crianças com idades entre os dois e os sete anos (a média de idades das crianças estudadas era de cinco anos).

No estudo, os investigadores afirmam que “entre as crianças que tomaram macrólidos [tipo de antibióticos usados no tratamento das infeções bacterianas e fúngicas mais comuns] no início da sua vida, encontramos uma correlação positiva entre uso de antibióticos ao longo da vida e o índice de massa corporal, tal como um maior risco de asma, o que sugere que o uso de macrólidos pode alterar a microbiota nas crianças, de uma forma que os torna mais suscetíveis a asma e a aumento de peso associado aos antibióticos, numa fase posterior da infância”.

Os resultados do estudo, explicam os investigadores da universidade de Helsínquia, confirmam em humanos os resultados obtidos em experiências anteriores, feitas com ratos:

Os nossos resultados confirmam e estendem os resultados anteriores de experiências com ratos e indicam que o uso de macrólidos pode ter efeitos indesejáveis no desenvolvimento da microbiota nas crianças, o que pode comprometer o desenvolvimento de um sistema imunitário e de um metabolismo saudável”.

Fonte: 
Observador
Nota: 
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