Exposição solar segura

Como proteger a pele no verão

Atualizado: 
30/07/2019 - 17:50
Para muitos, verão é sinónimo de praia, sol e calor. No entanto, saiba que evitar a exposição exagerada à radiação UV é a chave para reduzir o risco de cancro de pele. Proteja-se e siga os conselhos da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.
Mulher na praia a aplicar protetor solar

Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras, cancro cutâneo e outros problemas de pele. No entanto, não é só na praia que estamos expostos à radiação e, mesmo quando não está calor, os raios UV podem ser prejudiciais.

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, que todos os anos lança o alerta, o cancro de pele pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, embora seja mais frequente após os 50 anos de idade ou em pessoas que tenham tido uma exposição prolongada ao sol.

O risco aumenta se tiver pele clara ou se for propenso a queimaduras solares (sobretudo, se as tiver sofrido na infância).

Deste modo, os especialistas aconselham a uma exposição solar segura, procurando a sombra, sempre que possível, e evitando o sol de verão no meio do dia. Crianças e pessoas de pele mais clara devem evitar a exposição solar entre as 11 e as  17 horas.

Esta é, ainda, a altura de intensificar o uso do protetor solar, que deve ser aplicado diariamente, e não apenas nos momentos de lazer. 

Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais prolongada ao sol.

Estes devem proteger contra os raios UVA e contra os raios UVB e devem ser aplicados uniformemente, em todas as partes de corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés, 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele os absorva, renovando a sua aplicação de duas em duas horas ou após o banho.

É igualmente importante proteger as cicatrizes, especialmente as recentes, que podem ficar escuras e desenvolver lesões se expostas ao Sol.

Além do protetor solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão em todas as atividades ao ar livre. Tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30% da radiação UV.

“Para as crianças, sempre que possível procurar roupas com proteção UV”, aconselha a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

Quanto aos hábitos diários, no que diz respeito à higiene e alimentação, há alguns cuidados a ter.

As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora. Portanto, deve aumentar a ingestão de líquidos no verão e abusando da água ou  de sumo de frutas.

Deve apostar no consumo de frutas e legumes com alto teor de água e fibras, e em alimentos pobres em hidratos de carbono, que ajudam na hidratação do corpo, previnem doenças e adiam os sinais do envelhecimento.

Cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, ricos em carotenos, são alimento que apresentam uma importante ação antioxidante ajudando na prevenção de danos.

Deve aplicar, todos os dias, um bom creme hidratante para ajudar a manter a quantidade adequada de água na pele; e no banho, recomenda-se que use sabonetes compatíveis com o seu tipo de pele (porém, sem nuca exagerar!).

A temperatura da água deve ser fria ou morna para evitar o ressequimento da pele.

Esteja atento a lesões cutâneas suspeitas

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo aconselha a que examine, uma vez por mês, a pele para verificar se apresenta qualquer “alteração ou mancha” suspeita.

O exame deverá incidir sobre todo o corpo, parte anterior e parte posterior, com particular atenção nas áreas expostas ao sol.

Para tal, deve colocar-se em frente a um espelho de corpo inteiro, com um espelho de mão para ajudar a verificar as áreas mais difíceis, e procurar sinais que:

  1. sofreram alguma alteração de tamanho, cor e/ou forma;
  2. apresentam um aspeto diferente dos restantes;
  3. são assimétricos ou apresentam um rebordo irregular;
  4. são asperos ou escamosos;
  5. dão vontade de coçar;
  6. sangram ou libertam líquido;
  7. têm um aspeto rosado ou apresentam várias cores;
  8. parecem uma pequena ferida que não cicatriza.

Em qualquer um dos casos, deve procurar o médico assim que suspeite de alguma alteração.

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, o cancro da pele pode ser tratado, sobretudo, se for diagnosticado precocemente.


Quando diagnosticado precocemente, o cancro de pele pode ser tratado.
Faça o auto-exame todos os meses. 

As 4 principais lesões cutâneas suspeitas:

Melanoma

É o tipo menos frequente de cancro da pele, mas também o mais agressivo.

Ao contrário dos outros tipos, mais comuns em idosos, o Melanoma pode afetar pessoas de qualquer idade.

Apresenta-se como um “sinal” muito escuro, que desenvolveu bordos irregulares ou cores diferentes ao longo do tempo, ou como uma “protuberância de crescimento rápido, rosa ou avermelhada”.

Pode surgir de um “nevo” atípico que se modificou ou como uma lesão recente, sobretudo em pele como muitos nevos (sinais) ou lentigos (manchas solares parecidas com sardas) ou em pele com antecedentes de queimaduras solares.

Pode difundir-se rapidamente sob a forma de metástases, sendo necessário o seu tratamento cirúrgico imediato.

Carcinoma Basocelular

É o tipo mais comum de cancro de pele e também o menos perigoso. Apresenta-se, habitualemente, como um nódulo elevado, da cor da pele, com bordos brilhantes e aspeto perolado; uma mancha ou ferida que não cicatriza ou como uma protuberância ligeiramente dura e rugosa que cresce lentamente ao longo do tempo. Se não for tratado pode invadir tecidos mais profundos.

Carcinoma Espinocelular

Este é o segundo tipo de cancro de pele mais comum. Rosto, couro cabeludo e dorso das mãos são as áreas mais afetadas por estas lesões, uma vez que são as que mais expostas estão à radiação solar.

Apresenta-se como um nódulo duro que pode crescer rapidamente e tornar-se ulcerado e exsudativo.

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, o carcinoma espinocelular pode difundir-se rapidamente para os gânglios e provocar metástases, em especial, em lesões mais avançadas localizadas nos lábios, orelhas, mãos e pés, ou em indíviduos imunodeprimidos.

Queratose actínica

Apresentando-se como manchas vermelho-acastanhadas escamosas e rugosas, estas lesões acometem a população mais idosa atingindo, sobretudo, as zonas da pele mais exposta ao sol: rosto, orelhas, dorso das mãos e couro cabeludo.

Tratam-se de lesões pré-cancerosas que, em 10-15% dos casos, podem evoluir para carcinomas espinocelular.

Devem ser tratadas a fim de prevenir a sua progressão.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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