Envelhecimento

Comissária europeia do trabalho defende adaptação da sociedade à idade da população

A Comissária Europeia do Emprego, Marianne Thyssen, defendeu hoje em Lisboa uma adaptação da sociedade, nomeadamente dos locais de emprego e das instituições, ao envelhecimento da população, uma situação que não está ainda generalizada em Portugal.

“Temos de saber o que podemos fazer ou temos de fazer na Europa, juntos, porque precisamos de convergências e de adaptar os sistemas para as mudanças de hoje e de amanhã”, afirmou Marianne Thyssen durante uma conferência de imprensa no âmbito da conferência sobre o envelhecimento “Uma sociedade sustentável para todas as idades”, que decorre desde quinta-feira em Lisboa.

Para a Comissária Europeia do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, é preciso tentar encontrar formas de, tendo em conta as mudanças demográficas, mudar a sociedade, o local de trabalho e as instituições para enfrentar os novos tempos.

Para as pessoas com idade precisamos de olhar especificamente para estas dimensões: acesso à educação, competências, livre mercado, condições de trabalho e proteção social.

Marianne Thyssen recordou que atualmente na Europa quatro trabalhadores apoiam um pensionista e que, em 2060, a proporção será de dois para um.

Este não é um fenómeno europeu: em todo o mundo, existem cerca de 700 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais, número que dobrará até 2025.

“É por isso que nos juntamos aos ministros de todo o mundo para discutir este assunto tão importante. Trabalhando em conjunto, podemos enfrentar os desafios e colher os benefícios”, disse.

Questionado sobre a forma como as empresas portuguesas se estão a adaptar ao envelhecimento da população, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou que existem “sinais contraditórios” nessa matéria.

“Seria arriscado dizer que existe uma compreensão generalizada de que essa política de formação, de recrutamento, deva incorporar um forte apego a um princípio de não discriminação com base na idade. A lei já o proíbe, mas não podemos dizer que esteja adquirida por toda a sociedade”, disse Vieira da Silva, anfitrião da conferência.

O ministro optou por salientar que, “tendo Portugal um problema de demasiadas mulheres e homens com mais de 45 anos que estão fora do mercado de trabalho”, o emprego de pessoas com mais de 45 anos cresceu 5,8%.

Esta conferência internacional das Nações Unidas junta altos responsáveis de 49 Estados-membros da Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa (UNECE), assim como entidades das Nações Unidas, da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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