Em janeiro

Centros de saúde receberam 20% das urgências

Nos primeiros 16 dias de janeiro registaram-se cerca de 260 mil episódios de urgências, 20% das quais nos serviços de urgência básica que funcionam nos centros de saúde. De uma forma geral a pressão sobre os hospitais parece estar a aliviar, quando comparado com o mesmo período de dezembro: entre os dias 1 e 16 tinham-se registado 286 mil. O Hospital Amadora--Sintra já voltou a receber doentes encaminhados pelo INEM.

De acordo com os dados da monitorização das urgências, disponíveis no Portal do SNS, nas primeiras duas semanas do ano as urgências básicas, que funcionam 24 horas por dia e 365 dias por ano, registaram cerca de 53 mil urgências. Para muitos utentes esta é a opção disponível mais perto da zona de residência. Para outros, como os casos de Algueirão-Mem Martins ou Montijo, uma alternativa às urgências dos hospitais (que oferecem mais especialidades e dividem-se em polivalente ou médico-cirúrgica). Quanto aos meses de dezembro e novembro de 2016, escreve o Diário de Notícias, as urgências básicas registaram 108 mil episódios e 85 mil, respetivamente: 20% e 17,5% do total de episódios de urgências registados em cada um dos meses.

No último mês foram vários os centros de saúde do país que alargaram os horários, durante a semana e fins de semana, procurando ser uma alternativa aos hospitais. Os apelos do Ministério da Saúde têm sido sucessivos para que as pessoas liguem primeiro para a Linha Saúde 24 ou dirijam-se aos cuidados de saúde primários. O Diário de Notícias não conseguiu obter em tempo útil dados sobre o número de consultas realizadas nos centros de saúde ao abrigo deste plano de contingência e qual o horário com maior frequência.

A receber doentes do INEM
O hospital Amadora-Sintra voltou ontem a receber doentes encaminhados pelo INEM. O plano de contingência foi ativado no início do mês e previa que até ontem os doentes transportados pelo INEM fossem reencaminhados automaticamente pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para outras unidades da região com urgências menos congestionadas: neste caso os doentes estavam a ser encaminhados para os hospitais de Santa Maria e São José.

A medida, tomada em coordenação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, foi acionada porque o serviço de observação (SO) - que faz apoio à urgência e tem 45 camas com a possibilidade de mais dez - estava lotado. "Já estamos a receber encaminhamentos do CODU. Neste momento estamos a registar menos acessos", disse ao Diário de Notícias fonte do Hospital Amadora-Sintra, salientando que pode eventualmente ser efeito do maior conhecimento da população sobre os horários alargados nos centros de saúde.

Apesar do alívio, o nível de alerta mantém-se e se for necessário o plano de contingência será novamente ativado neste ou noutro hospital da região. "No período a seguir ao pico da gripe pode haver situações de descompensação de doença e trazer novamente mais casos à urgência. Caso o SO fique novamente lotado, o plano é ativado", adiantou a mesma fonte, explicando que o período de permanência no SO é de 48 horas, sendo depois o doente encaminhado para alta ou para internamento, quando necessário. O que tem acontecido são situações clínicas mais complicadas que obrigam a internamento. "As pessoas chegam mais frágeis e doentes ao hospital."

Fonte: 
Diário de Notícias Online
Nota: 
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