Tenha uma vida saudável

Atividade física: Fator primordial para o seu bem estar!

Atualizado: 
28/09/2015 - 12:33
A atividade física, o exercício físico e o desporto são muito importantes na prevenção e no tratamento de vários tipos de doenças, em especial das doenças cardiovasculares. É aconselhável a qualquer pessoa, mas em certos casos deve consultar previamente o profissional de saúde.

Os estilos de vida saudável incluem diversos fatores como a alimentação saudável, a atividade física, e a ausência de consumo de substâncias prejudiciais à saúde, como por exemplo o álcool e o tabaco. A industrialização e a evolução natural da sociedade provocaram grandes alterações nos comportamentos do ser humano. A atividade física é de todo um comportamento muito importante na promoção de hábitos de vida saudáveis, no entanto, vários estudos têm demonstrado que a prevalência de inatividade física tem aumentado, havendo também um aumento constante nos hábitos sedentários.

A atividade física, o exercício físico e o desporto são muito importantes na prevenção e no tratamento de vários tipos de doenças, em especial das doenças cardiovasculares. Estas são 3 expressões que aparentemente parecem querer significar a mesma coisa, mas que no entanto têm sentidos diferentes. A atividade física são movimentos corporais que resultam da contração dos músculos, aumentando os gastos energéticos acima dos valores em repouso, como por exemplo caminhar até ao local de trabalho, subir escadas ou jardinar; o exercício físico é um grupo de movimentos corporais planeados, estruturados e repetitivos, que têm um objetivo específico como melhorar ou preservar a manutenção de diferentes aptidões físicas; desporto é uma atividade que requer um conjunto de habilidades físicas específicas e um plano de exercício físico vigoroso. Falando no sentido oposto, podemos definir inatividade física como o não cumprimento de requisitos para a atividade física, sendo que o termo sedentarismo se carateriza pela proporção de horas por dia que passa a fazer atividades que não fomentam qualquer tipo de gasto energético, como estar em frente ao computador, ver televisão, o tempo que se passa sentado no trabalho ou nas viagens entre casa e trabalho.

Inatividade física quarto fator de risco de mortalidade no mundo
A nível mundial, foi decretado que a inatividade física é o quarto fator de risco de mortalidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 31% do adultos são fisicamente inativos, sendo que as mulheres são mais inativas (34%), do que os homens (28%). Existem estudos que mostram que as crianças da atualidade dispendem menos 600kcal por dia na sua atividade física do que as crianças de há 50 anos atrás; que apenas 43% dos europeus praticam exercício físico regularmente; e que só 11% dos portugueses acreditam que o exercício físico influencia de forma significativa o estado de saúde. Outros estudos referem que existe um aumento de 2% no risco de morte, por todas as causas, por cada hora de sedentarismo por dia, sendo que o risco aumenta se o indivíduo estiver sentado mais do que 7 horas por dia.

A atividade física é recomendada a todo o tipo de pessoas
Apresenta efeitos benéficos no controlo dos fatores de risco cardiovascular, incluindo obesidade, estados de resistência à insulina, dislipidémias e hipertensão arterial, sendo este o fator que mais se relaciona com a mortalidade, pois exerce um efeito protetor sobre as artérias e sobre o coração. O exercício físico é um tratamento eficaz e com um baixo custo económico, que pode ser prescrito como primeira linha de tratamento em diversas doenças crónicas, sendo que se associa diretamente à diminuição da taxa de mortalidade das doenças cardiovasculares. A atividade física regular e o exercício físico controlado também são um tratamento eficaz na prevenção da osteoporose, dado que até por volta dos 35 anos influencia na obtenção da massa óssea desejada, e dessa idade em diante ajuda no controlo dessa mesma massa e na lentificação da sua perda.

É muito importante que a atividade física comece o mais precocemente possível, antes do ensino pré-escolar, e que se mantenha por toda a vida do indivíduo.

A atividade física tem diferentes vantagens.

Entre elas encontram-se as seguintes:

- redução do risco de morte prematura;
- redução do risco de incidência de doenças cardiovasculares, cancro do colón e de diabetes tipo 2;
- controlo de fatores de risco cardiovasculares como peso, tensão arterial e perímetro abdominal;
- promoção do bem estar físico e psicológico, reduzindo estados de ansiedade, stress e depressão;
- redução de problemas ósseos, ou controlo dos mesmos, como osteoporose, lombalgias, dores nos joelhos, deformações da coluna, entre outras;
- promoção de uma melhor postura corporal;
- melhoramento da qualidade do sono;
- fomentação da imagem corporal e melhoramento da autoestima.

American College of Sport Medicine aconselha a prática diária
Os Estados Unidos da América têm sido o país que mais tem investigado a área da atividade física, sendo que a American College of Sport Medicine define que o ideal é praticar atividade física de preferência diariamente, ou pelo menos 3 a 5 vezes por semana, durante 30 minutos com atividade moderada, ou então que, semanalmente, haja um gasto energético superior a 1000 Kcal. Caso não seja possível dispender de 30 minutos seguidos, pode dividir os 30 minutos por períodos de 10 minutos, 3 vezes por dia (exercício intermitente). Sempre que possível também se devem subir e descer escadas (evitando elevadores), andar de bicicleta, dançar, ou praticar outras atividades de que se goste. Nas crianças e adolescentes é importante que se adicione a estes timing’s 20 minutos de atividade física vigorosa, 3 vezes por semana. É necessário, também, ter em conta que para quem procura, através da atividade física, controlar o seu peso, deve praticar 60 minutos de atividade física por dia, com exercícios vigorosos a moderados.

A American Heart Association refere que uma pessoa com doença cardiovascular deve praticar 30 a 60 minutos de atividade física por dia, com uma intensidade moderada, em pelo menos 5 dias da semana.

Quando se introduzem mudanças nos hábitos de vida diários é normal que o tipo e intensidade de atividade física aumentem, pelo que uma estratégia a utilizar, para trazer mais benefícios para a pessoa, seja o estabelecimento de metas semanais de atividade física e a sua monitorização.

O exercício e atividade física têm que ser algo integrante no nosso dia-a-dia, tendo sempre em conta as nossas limitações e caraterísticas específicas. Devemos praticar qualquer tipo de atividade com gosto e prazer, pois se estas forem vistas como uma obrigação, este é um ponto de partida para a desistência.

Qualquer exercício físico poderá carecer de um aconselhamento por parte de um profissional de saúde
Estes profissionais podem verificar o seu estado de saúde, de forma preventiva, e aconselhá-lo quanto ao tipo de exercício que pode praticar, a intensidade e a sua frequência, e, junto com um profissional de desporto, ajudá-lo a definir as suas próprias metas e objetivos. É muito importante que qualquer indivíduo, seja idoso, adulto, jovem ou criança, tenha a noção de que qualquer doença oculta não tratada, ou ausência de controlo de outros fatores de risco, como a alimentação desequilibrada ou consumos de substâncias, não vai fazer com que a atividade física seja eficaz. De notar também que todos os que praticam desporto de alta competição devem fazer vigilâncias apertadas, dado que existem algumas doenças em que o esforço exagerado é contra indicação à patologia.

Uma última nota para a atividade física nos idosos... A atividade nestas idades é algo de muito importante, especialmente se for praticada em grupo, organizada por instituições das diferentes comunidades, dado que para além de promover uma vida mais saudável, ajuda também ao convívio social, o que vai fazer com que o idoso não se sinta excluído da sociedade, diminuindo também os seus sentimentos de solidão.

Se a sua saúde quer preservar… Encontre a melhor atividade para praticar!

Fontes:
www.dgs.pt
www.spc.pt
(2012). Revista Portuguesa de Cardiologia, nº 31(2), pp. 151-158.
(Janeiro-Março de 2015). Revista Factores de Risco, nº 35, pp. 28-35.

Autor: 
Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria na USF Viriato Viseu
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
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