Um importante problema de saúde

Aparelhos bronzeadores

Atualizado: 
28/06/2019 - 11:01
Os aparelhos bronzeadores são um importante problema de Saúde Pública, tendo em linha de conta a dimensão da indústria de bronzeamento artificial, em relação ao número de solários comerciais e do número de pessoas que os utilizam.
Aparelho bronzeador

Solários

Só nos Estados Unidos esta indústria é responsável pela facturação de 1 bilião de dólares por ano e continua em crescimento. No Norte da Europa, aproximadamente 10% da população recorre à utilização de solários de forma regular para se bronzear. Um estudo realizado na Suécia estimou que a dose de radiação ultravioleta devida à utilização de solários, pode ser da mesma ordem de grandeza do aumento potencial em radiação ultravioleta de origem natural, resultante da diminuição de 10% da camada de ozono.

Mesmo na Austrália, um país com níveis elevados de radiação ultravioleta, 9% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 14 e os 29 anos relataram terem utilizado solários nos 12 meses anteriores.

Estes valores indicam que tem vindo a aumentar o risco de cancro da pele e envelhecimento da pele para um número considerável de pessoas.

As consequências da utilização regular de solários, poderão incluir dor e sofrimento, morte prematura, desfiguramentos, bem como custos substanciais para os sistemas nacionais de saúde no rastreio, tratamento e monitorização de doentes com cancro da pele.

Perigos de utilização

Controlos limitados da utilização de solários

Em países em que existe algum controlo governamental relativamente ao funcionamento de solários com fins comerciais, o mesmo é limitado às questões da sua aplicação e âmbito. Por exemplo, nos Estados Unidos, as primeiras regulamentações nacionais relacionadas com os solários eram da responsabilidade da Food and Drug Administration, que requeria que os fabricantes tivessem avisos informativos sobre os tipos de pele e recomendassem que os utilizadores usassem óculos para protecção dos olhos.

À excepção de algumas normas limitadas da International Electrotechnical Commission (IEC), na Europa não há uma normalização de regulamentos relacionados com a utilização de solários.

A Bélgica e a Suécia desenvolveram formas de controlo governamental, no entanto a França parece ter a legislação mais abrangente. Em França, a regulamentação exige que todos os equipamentos que emitem radiação ultravioleta sejam declarados às autoridades de saúde, que os menores de 18 anos estejam proibidos de usar estes equipamentos, que todos os estabelecimentos comerciais sejam supervisionados por pessoal com formação técnica e proíbe qualquer alegação de benefícios para a saúde.

Ao contrário de alguns sectores comerciais, a indústria dos solários não demonstrou capacidade significativa para se autorregular efectivamente.

Alta intensidade da radiação UV emitida

Alguns equipamentos têm a capacidade de emitir níveis de radiação ultravioleta até cinco vezes superiores, à radiação solar verificada a meio de um dia de Verão na Austrália.

Emissões de tal intensidade por parte de equipamentos produzidos por uma indústria escassamente regulamentada e onde a formação do pessoal não é obrigatória, conduzem a um aumento considerável dos riscos para a saúde. O risco é maior em solários comerciais não supervisionados e quando os solários são utilizados em casa, situações em que o tempo de exposição à radiação ultravioleta é controlado apenas pelo discernimento do utilizador.

Efeito de determinados medicamentos e cosméticos

Alguns medicamentos, como por exemplo, antidepressivos, antibióticos, anti psoriáticos, antifúngicos e antidiabéticos, bem como certos cosméticos podem tornar a pele mais fotossensível e desta forma reduzir o tempo necessário para ocorrer uma queimadura da pele. Quando se verifica falta de pessoal com formação ou de metodologias de avaliação de risco, o potencial para a ocorrência de efeitos adversos, para o consumidor não informado, é consideravelmente maior.

Limitação de certos tipos de pele

Indivíduos com fototipo de pele I, não ficam bronzeados após a exposição à radiação de um aparelho bronzeador, apenas ficam com a pele queimada.

Infelizmente, sem formação adequada por parte dos operadores ou na ausência de uma utilização supervisionada, a capacidade do consumidor em reconhecer que o seu tipo de pele não é adequado para solários, baseia-se apenas no autodiagnóstico ou, o que será mais grave, numa má experiência.

Protecção limitada contra queimaduras solares

Um bronzeado adquirido num solário apenas confere uma protecção limitada contra queimaduras solares por radiação ultravioleta. Um bronzeado obtido num solário oferece, na maior parte dos casos, apenas uma protecção equivalente à aplicação de um protector solar com FPS 2 ou 3.

Aumento do número de aparelhos self-service (não supervisionados)

Uma das principais preocupações recentes em termos de saúde, tem sido o aumento do número dos solários comerciais não supervisionados. Quando estas operações são usadas conjuntamente com estratégias de preços competitivas, tais como sessões ilimitadas durante um período de tempo específico, verifica-se uma maior probabilidade de ocorrência de lesões na pele.

Perigos associados à exposição a radiações ultra-violeta na infância

É reconhecido que, a exposição a radiações ultravioleta na infância é um factor importante para o risco de desenvolvimento de melanoma na idade adulta. Por esta razão, deverá ser dada uma especial atenção por forma a assegurar que as crianças não utilizam solários.

Extensão da área da pele exposta

Os solários “em concha” ou “em dossel”, geralmente condicionam uma área mais extensa da pele à exposição a radiações ultra-violeta, do que na maior parte das situações de exposição solar, havendo um aumento do risco para a saúde.

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Fonte: 
DGS
Nota: 
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Foto: 
Pixabay