Estudo

2 em cada 3 pessoas com diabetes tipo 2 apresentam fatores de risco de doença cardiovascular

Apesar da grande incidência, uma em quatro pessoas com diabetes tipo 2 nunca discutiu ou não se lembra de ter discutido os fatores de risco das doenças cardiovasculares com um médico.

Para assinalar o Dia Mundial do Coração, a Federação Internacional da Diabetes (IDF), em parceria com a Novo Nordisk,  anunciou os resultados do estudo Taking Diabetes to Heart. Este estudo global investigou a consciência sobre a doença cardiovascular (DCV) em 12.695 pessoas com diabetes tipo 2 e revelou que 2 em 3 pessoas têm fatores de risco cardiovascular tais como tensão arterial elevada, níveis elevados de glicose no sangue ou nível de colesterol elevado e/ou já experienciaram um evento cardiovascular como angina de peito, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou insuficiência cardíaca. No entanto, 1 em cada 4 respondentes revelaram que nunca discutiram o risco cardiovascular com um médico e 1 em 4 consideram ter baixo risco de DCV.

Comentando estes resultados o presidente da IDF, Nam H. Cho, diz que “os resultados deste estudo confirmam a nossa preocupação acerca do aumento global de prevalência da diabetes e das complicações associadas. A consciencialização sobre os riscos e as consequências da doença permanece, lamentavelmente, baixa e existe uma falta de literacia para lidar com as complicações da diabetes. Nós pedimos encarecidamente aos governos que invistam em medidas para detetar precocemente a diabetes tipo 2 e assegurar-se de que os profissionais de saúde estão treinados para guiar as pessoas a fazer mudanças positivas no seu estilo de vida e gerir de uma forma melhor a sua diabetes. Isto irá ajudar a evitar complicações incapacitantes e com risco de vida para os doentes”.

Já João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos (APDP), associação membro da IDF, explica que “a APDP incentivou as pessoas com diabetes tipo 2 que acompanha a participar neste estudo porque sabemos, pela prática clínica, que o risco cardiovascular é uma realidade prevalente e preocupante nestas pessoas. De tal forma que as mais recentes recomendações internacionais para o tratamento da diabetes tipo 2 defendem a abordagem de cada doente de forma mais individualizada, avaliando o risco cardiovascular associado. O conhecimento de que novos fármacos utilizados no tratamento da diabetes reduzem significativamente os novos eventos cardiovasculares e a mortalidade nas pessoas com risco aumentado permite um tratamento mais eficaz e com melhores resultados de saúde.”

Atualmente, a diabetes afeta cerca de 425 milhões de adultos no mundo, sendo que a maioria dos casos é de diabetes tipo 2. A DCV, que inclui AVC, doença coronária, doença arterial periférica é a principal causa de incapacidade e morte em pessoas com diabetes tipo 2.

No estudo Taking Diabetes to Heart, 3 em 4 pessoas com diabetes tipo 2 dizem que confiam na informação sobre doenças cardiovasculares transmitida pelo seu médico. Mais de metade dos respondentes disseram que precisavam de mais informação acerca dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de DCV para entender melhor os riscos, com o objetivo de ajudar a preveni-los.

“As doenças cardiovasculares podem ter um impacto devastador na vida dos doentes com diabetes tipo 2 e dos seus familiares”, disse o professor Stephen Gough, diretor médico global da Novo Nordisk. “Os resultados do estudo da IDF são impressionantes e reforçam a importância de aumentar a consciencialização de todos sobre o risco de DCV e o seu impacto nas pessoas que vivem com diabetes tipo 2. Estamos empenhados em continuar a trabalhar com a IDF para ajudar a orientar os futuros esforços que podem melhorar os resultados de saúde”.

O estudo em Portugal envolveu 91 pessoas com diabetes tipo 2 que responderam a este questionário e deram o seu contributo sobre a informação que têm atualmente sobre o risco de desenvolverem doença cardiovascular.

Taking Diabetes to Heart vai culminar com um relatório detalhado dos resultados e recursos regionais e específicos de cada país para ajudar a apoiar o conhecimento e a consciencialização sobre a DCV entre pessoas com diabetes tipo 2 e todas aquelas que estão em risco em todo o mundo.

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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