Pode ser considerada como decorrente do envelhecimento (catarata senil – a mais frequente) mas, também pode resultar de um traumatismo ou de doenças e situações com perturbação do equilíbrio metabólico do cristalino surgindo, nestes casos, mais precocemente.
O seu tratamento é cirúrgico, geralmente substituindo-se o cristalino por uma lente intraocular.
O impacto da catarata [1] na qualidade de vida deve ser avaliado através da diminuição da acuidade visual, conjugada com a autonomia funcional da pessoa. Alguns doentes, melhor que outros, podem adaptar-se à deficiência visual sem notar o declínio funcional.
Qualquer zona do cristalino pode perder a transparência e alterar o seu índice refractivo mas, em termos funcionais, são particularmente importantes as cataratas com localização central.
A história dos diversos tipos de catarata é variável e está relacionada com múltiplos factores, além do simples envelhecimento: doenças intercorrentes como a diabetes [2]; traumatismos; situações de natureza ambiental, etc.
O tratamento (cirúrgico) da catarata tem, na generalidade, um prognóstico muito bom e permite recuperar a autonomia e a qualidade de vida.
A catarata continua a ser uma das principais causas de cegueira curável no mundo.
Em Portugal, vários estudos permitem estimar que, cerca de 170.000 pessoas, sofrem de catarata, sendo que, 6 em cada 10, com mais de 60 anos, apresentam sinais desta doença.
Vários factores de risco têm vindo a ser relacionados com o desenvolvimento da catarata, sendo os mais frequentes: a diabetes, os traumatismos, o tabagismo [3], história de exposição prolongada aos raios ultravioletas e uso de medicamentos corticosteróides [4].
Diminuição progressiva da visão, embora utilizando a correcção óptica adequada.
Existência de doenças intercorrentes, utilização de corticosteróides, traumatismos craniofaciais, hábitos tabágicos e actividade profissional, nomeadamente com exposição às radiações UV e luz intensa.
História de cataratas e a idade do seu aparecimento, correlacionadas com a existência de doenças familiares e actividades de risco.
Doentes com diabetes e doentes medicados com corticosteróides, devem ser informados acerca dos riscos acrescidos de aparecimento de cataratas.
A exposição prolongada à radiação ultravioleta tem vindo a ser associada ao aparecimento precoce de catarata. A protecção UV é de recomendar, sobretudo às pessoas que tenham uma actividade prolongada no exterior. Vários estudos demonstram uma ligação entre os hábitos tabágicos e o aparecimento precoce da catarata.
O tratamento da catarata é cirúrgico e deve ser equacionado de acordo com os riscos e a situação do doente.
Actualmente, em grande percentagem dos casos, a cirurgia é feita em regime ambulatório e sem anestesia geral, o que significa um muito curto período de permanência no hospital (menos de 1 dia). A recuperação pós-operatória é também rápida.
Contudo, tratando-se de uma cirurgia, há sempre que equacionar possíveis riscos, embora sejam raros.
A cirurgia consiste na substituição do cristalino (mantendo-se apenas parte da sua cápsula), por uma lente intra-ocular.
Depois da cirurgia, são habitualmente receitados óculos, sobretudo para corrigir a visão de perto (a lente artificial introduzida durante a cirurgia retira qualquer capacidade ainda existente de adaptação da visão para distâncias diferentes. Algumas lentes intra-oculares mais modernas, já prevêem a possibilidade de uma utilização para longe e para perto, mas a sua utilização não é consensual). Óculos para longe também podem vir a ser necessários, mas há geralmente uma melhoria significativa da visão ao longe.
Num segundo tempo, após a cirurgia, pode ser necessário tratamento com Laser de Yag, fundamentalmente para resolver a opacificação secundária da cápsula.
Os doentes com função visual reduzida e degradação da sua autonomia devem ser orientados, atempadamente, para a oftalmologia, de forma a poder ser realizada uma completa avaliação e traçada a orientação terapêutica.
Deve ser dada informação ao doente sobre o processo e o desenvolvimento da catarata, os objectivos do seu tratamento cirúrgico e os benefícios relativos.
O doente deve colaborar no desenvolvimento do plano terapêutico adequado.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/content/catarata
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/diabetes
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tabagismo
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/corticoides
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/visao
[6] https://www.atlasdasaude.pt/artigos/exposicao-prolongada-aos-raios-uv-aumenta-o-risco-de-desenvolver-cataratas
[7] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/recupere-qualidade-de-visao
[8] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/facoemulsificacao-tecnica-cirurgica-mais-eficaz-contra-catarata
[9] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/dgs
[10] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[11] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-sensorial
[12] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/direcao-geral-da-saude