HPV - Vírus do Papiloma Humano

O que é o HPV?
O HPV (Vírus do Papiloma Humano) é um vírus capaz de infetar a pele e algumas mucosas, podendo originar o aparecimento de lesões - verrugas. Quando se localizam nos órgãos genitais, chamam-se condilomas acuminados ou verrugas genitais. Atualmente a infeção HPV é a infeção de transmissão sexual mais frequente. Calcula-se que 10-20% da população sexualmente ativa possa ser portadora do HPV, mas apenas 1% tem condilomas.

Sabe-se que a maioria das infeções pelo HPV são transitórias (curam por si). Conhecem-se mais de cem subtipos diferentes do vírus. Cada subtipo localiza-se numa área diferente do nosso corpo onde podem provocar lesões: uns fixam-se nas mãos, outros nos pés, outros nos genitais.

O diagnóstico desta infeção tem especial importância na mulher, devido à possibilidade de associação do HPV a doença maligna do colo do útero. Esta infeção está também associada ao cancro anal em ambos os sexos.

Como se transmite o HPV?
O HPV é transmitido, na maioria dos casos, por contacto direto com a pele infetada, durante as relações sexuais. Após a transmissão do vírus este fica nas camadas mais superficiais da pele e mucosas e aí permanece sem se multiplicar durante meses ou anos, não provocando qualquer lesão -infeção latente. Quando o vírus se multiplica provoca o aparecimento das lesões-infeção clínica. Eventualmente uma criança pode contagiar-se durante o parto se a mãe tiver a infeção.

Como se manifesta o HPV?
O condiloma acuminado ou verruga ano-genital é a lesão causada pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV). Manifesta-se por pequenas formações em crista de galo, que crescem e confluem originando pequenas “amoras” ou massas de maiores dimensões, com aspeto de couve-flor. Localizam-se na área genital ou perianal, em ambos sexos.

Como se diagnostica o HPV?
O diagnóstico dos condilomas acuminados ou verrugas genitais baseia-se na observação das lesões. Não depende da realização de qualquer análise ou exame.

Nas mulheres, a infeção do colo do útero pelo HPV é detetada através de um exame especial, vulgarmente designado “Teste de Papanicolau”ou Citologia. Todas as mulheres devem ser observadas pelo menos 1 ou 2 vezes por ano, numa Consulta de Planeamento Familiar ou de Ginecologia, decidindo o médico quando deve fazer a citologia.

Como se trata a infeção pelo HPV?
Não se conhecem ainda medicamentos (antivíricos) capazes de eliminar o HPV do nosso organismo. O tratamento consiste na destruição dos condilomas, quando presentes, através de vários métodos. O tipo de tratamento a efetuar será escolhido pelo médico, de acordo com as condições particulares de cada doente, o número, dimensões e localização das lesões. Pode ser necessário associar mais de uma forma de tratamento.

A destruição das lesões pode ser feita recorrendo a substâncias químicas ou métodos físicos - podofilino, ácido tricloroacético, crioterapia (pelo frio), eletrocoagulação, laser ou cirurgia clássica. No nosso país está atualmente comercializado um creme de aplicação local pelo próprio doente (Imiquimod).

Mesmo com o tratamento adequado, as lesões podem voltar a manifestar-se (recidivas). Isto sucede em cerca de 60 a 80% dos casos.

Os condilomas podem, também, desaparecer espontaneamente, e reaparecer meses ou anos mais tarde, mesmo sem haver novo contágio.

Gravidez e infeção pelo HPV
Nas grávidas com infeção HPV as lesões de condiloma são mais frequentes. As alterações do estado imunitário, que ocorrem normalmente durante a gravidez, fazem com que o vírus passe da fase latente para uma fase de multiplicação mais rápida, provocando o aparecimento ou o aumento de dimensões dos condilomas. No entanto, muitas vezes desaparecem depois do parto.

O tratamento está indicado para prevenir a transmissão da infeção ao recém-nascido, durante o parto. A existência de condilomas nas grávidas não é, só por si, indicação para cesariana.

Prevenção
Temos hoje ao dispor, fazendo parte do Plano Nacional de Vacinação, vacinas para o HPV, que devem ser aplicadas antes do início da atividade sexual. As mulheres, com história pessoal passada ou atual de condilomas acuminados, devem receber igualmente a vacina, pois esta poderá protegê-las contra os outros subtipos de HPV. O preservativo diminui a possibilidade de transmissão do HPV durante a relação sexual, embora não a evite completamente.

A observação dos parceiros sexuais permite diagnosticar e tratar as lesões de condiloma, quando visíveis.

Nas mulheres, recomenda-se o exame ginecológico anual com citologia do colo.

Geralmente é impossível saber quando a infeção HPV começou. Muitas vezes a infeção é transitória.

Só um pequeno número de mulheres com infeção HPV está em risco de ter alterações na citologia do colo (papanicolau) ou de vir a ter cancro do colo do útero.

Só é possível tratar o HPV quando existem verrugas. O tratamento baseia-se na destruição das lesões. O preservativo diminui a possibilidade de transmissão do HPV durante a relação sexual.

Nas grávidas com infeção HPV as lesões de condiloma são mais frequentes. O tratamento está indicado para prevenir a transmissão da infeção ao recém-nascido, durante o parto.

Fonte: 
GEIDST - Grupo para o Estudo e Investigação de Doenças Sexualmente Transmissíveis
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.